Há já uma semana, desde a conversa que Giuseppe e Óscar tiveram comigo na mercearia, que a agenda me tem chamado silenciosamente, instigando-me a curiosidade. Finalmente, deixo de resistir ao impulso e agarro o livro de capa preta, folheando-o apressadamente. O seu nome salta-me à vista o meu coração embate contra o meu esterno aceleradamente. Olho em volta, procurando por alguém que me possa impedir de fazer o que estou prestes a fazer. Agito a cabeça e tiro o meu telemóvel do bolso. Marco o número e espero que atendam.
- Estou sim, quem fala? - Pergunta uma voz masculina do outro lado.
O número ainda é o mesmo. Reconheço-lhe perfeitamente a voz.
- Daniel...? É o Ivo...
- Ah, Ivo?! Há quanto tempo! Tudo bem? - Cumprimenta vivamente.
- Não sei bem... Há algo que eu queria falar contigo, mas preferia fazê-lo pessoalmente...
- Mm... Eu estou em Coimbra neste momento, vai ser difícil ir aí...
- Não há problema. Diz-me uma hora e eu lá estarei para conversarmos.
- Tudo bem...
Tal como combinado, ele sai do edifício àquela hora. Ele reconhece-me rapidamente. Tem os cabelos negros, os olhos castanhos, estatura alta e um andar determinado. Aperta-me a mão, cumprimentando-me.
- Então... A que se deve este súbito interesse em mim? - Interroga, sorrindo.
- Há algo que me tem andado na cabeça. Uma pergunta cuja resposta só duas pessoas têm, e uma vez que a outra pessoa não ma quer dar, recorro agora a ti...
- E que pergunta é essa?
- Daniel... Porque é que a Susana desapareceu?
Ele agitou-se, desconfortável, trespassando-me com os seus olhos como se de lanças se tratassem.
- Porque é que vens com essa conversa agora, Ivo?!
- Apenas... Porque sim.
- Mentes mal, disfarças ainda pior... Ela contactou-te? - Inquire, esperançoso.
- Sim...
- O que é que ela te disse? Ela está bem? Onde é que ela está?
- Em minha casa... - Murmuro.
A sua expressão fica como a de quem leva um par de estalos sem os esperar. A sua boca move-se como a de um peixe - abrindo e fechando sem soltar som algum.
- Quando é que...?
- Há uns meses... Ela ainda não te falou?
- Não... Mas se ela não te contou é porque prefere que não saibas... Não sou a pessoa indicada para te contar, Ivo...
- Pois...
- Desculpa... Então e como é que tu estás com esta história toda? Lembro-me bem que ficaste de rastos quando ela se foi embora...
- Estou a tentar aceitar. - Respondo, pensativo, relembrado os momentos que eu e ele passáramos juntos após o desaparecimento de Sandra.
- Acredito que seja difícil...
O telemóvel toca, sobressaltando-me. Sem ler o nome que aparece no ecrã, reconheço quem está do outro lado da linha.
- Ciau! Onde estás, caro?
- Porque perguntas...? - Interrogo, na defensiva.
- Hey, porquê tão agressivo? - Exclama. - Era só para saber se vais abrir a mercearia? A Matilde pediu-me para ir buscar uns ingredientes para salada, mas...
- Eu agora não posso, Giuseppe. Eu não estou em Sintra...
- Então onde raios te foste enfi... Oh... Tu foste ter com ele?! E não disseste nada?
- Ouve, Giuseppe! - Gaguejo, olhando suplicante para Daniel.
- Espera só até a Sandra saber disto, traidor! - Replica, chantageando-me.
O telefone desliga-se, deixando-me com o som do meu coração bombeando o sangue através do meu corpo, espalhando a adrenalina e os suores frios
- Acho que o melhor é eu ir andando... O Giuseppe está prestes a criar uma revolução...
- Mm... Pensei que fosses ficar mais algum tempo... - Comenta, convidativamente, olhando para o céu.
- Não. Antes talvez ficasse. Mas já não...
E caminhei para longe dele recordando os tempos de antes.
O telemóvel toca, sobressaltando-me. Sem ler o nome que aparece no ecrã, reconheço quem está do outro lado da linha.
- Ciau! Onde estás, caro?
- Porque perguntas...? - Interrogo, na defensiva.
- Hey, porquê tão agressivo? - Exclama. - Era só para saber se vais abrir a mercearia? A Matilde pediu-me para ir buscar uns ingredientes para salada, mas...
- Eu agora não posso, Giuseppe. Eu não estou em Sintra...
- Então onde raios te foste enfi... Oh... Tu foste ter com ele?! E não disseste nada?
- Ouve, Giuseppe! - Gaguejo, olhando suplicante para Daniel.
- Espera só até a Sandra saber disto, traidor! - Replica, chantageando-me.
O telefone desliga-se, deixando-me com o som do meu coração bombeando o sangue através do meu corpo, espalhando a adrenalina e os suores frios
- Acho que o melhor é eu ir andando... O Giuseppe está prestes a criar uma revolução...
- Mm... Pensei que fosses ficar mais algum tempo... - Comenta, convidativamente, olhando para o céu.
- Não. Antes talvez ficasse. Mas já não...
E caminhei para longe dele recordando os tempos de antes.
2 comentário(s):
para quando o proximo episodio? :b
Bom, tenho andado um pouco ausente deste meu blogue... Mas acho que agora, relendo um pouco o que cá escrevi, me sinto inspirado para escrever mais, por isso, o próximo episódio deverá estar para breve ;)
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