Toctoc toctoc. O cavalo trotava rapidamente, ao som dos incentivos do homem que o montava. Assim que chegou à pequena mansão na floresta, saltou do dorso do animal e correu em direção à porta pesada de carvalho, abrindo-a com estrondo.
- Preciso de falar com o Grão-Mestre! - Berrou a um servente, num francês fluído e cuidado.
Um homem com o topo da cabeça calvo, longas barbas onduladas brancas e alguns cabelos espessos no lado da cabeça também brancos aproximou-se. Deveria ter os seus sessenta e poucos anos, mas mantinha-se possante, numa túnica branca, com uma grande cruz vermelha ao peito.
- Meu caro Pierre, o que o traz aqui?
- Mestre Molay! - Exclamou o mais jovem, inclinando a cabeça respeitosamente, deixando os seus longos cabelos castanhos escorrerem-lhe pela testa e taparem-lhe os olhos lacrimosos. - O Papa Clemente V ordenou a dissolução da ordem. As nossas fortalezas estão a ser atacados. Fui enviado para vos avisar da tragédia. Brevemente as tropas do Rei chegarão para vos levar cativo...
- Eu, meu caro, não sou importante. Os tesouros da Ordem, esses sim, têm de ser protegidos. E vou dar-te um dos mais preciosos tesouros da Ordem dos Cavaleiros templários. Vem comigo.
O mais novo seguiu-o de perto, olhando em volta atento, procurando por inimigos nos recantos escuros da mansão. Jacques de Molay guiou o jovem até uma cave escondida habilmente, inserida na própria rocha que formava a floresta. Havia tesouros riquíssimos vindos de todo o oriente naquela sala. Mas o Grão-Mestre apenas lhe entregou um pequeno e pobre cofre de madeira com um selo de ouro e prata. No topo da tampa reluzia em marfim uma pomba habilmente trabalhada. A insígnia do Templário em prata era já um trabalho recente na parte da frente daquele pequeno cofre, mas era digno de admiração.
- Senhor, que é isto?
- Ficarás melhor se não saberes.... Mas a ignorância também mata. Quero que leves isso a quem sabe o quão valioso é. Vai até Lourdes, na base dos Pirenéus. Lá procura por um jovem português de cabelos castanhos e olhos cor de avelã de nome Dom Fernando da Rocha. Ele saberá o que fazer com o cofre, apenas dá-lhe esta minha mensagem. Mas esse tesouro tem de ficar a salvo.
Pierre acenou afirmativamente e voltou para o exterior. uma gota de água caiu-lhe na testa. Ajeitou a sua longa capa branca, abrigando-se da água e do vento e instigou o seu cavalo negro a correr de novo pela floresta, dirigindo-se para Sul. Os seus olhos e ouvidos estavam sempre atentos a qualquer movimento. Já nem mesmo no seu próprio reino estava a salvo. Agora, o seu inimigo era o rei Filipe. Uma traição que lhe trespassava o coração e, certamente, que entristecia também o Grão-Mestre da sua ordem. Oficialmente, os Templários já não existiam. Clandestinamente, continuavam unidos moralmente, apenas se haviam retirado para outras zonas mais seguras. Perguntava-se se deveria fazer o mesmo. Não, como mensageiro designado para levar informações entre o Grão-Mestre e os descendentes dos fundadores, Pierre tinha altos deveres a cumprir. Deveres divinos, ditado pelo próprio Senhor lá no alto.
Apertou mais contra o seu corpo a pequena caixinha de madeira. Uma pontada de curiosidade despertava-lhe a vontade de abrir o cofre, mas o Grão-Mestre dera ordens expressas para que aquele objeto fosse levado até Dom Fernando da Rocha. mas porquê? um Português? Sim, fazia sentido que não fosse um Francês. E de facto, os portugueses haviam sido um povo bravo na luta contra os Mouros, mas não eram uma não tão forte como Espanha, por exemplo, ou como Inglaterra.
- Pierre, não te preocupes, Jacques de Molay sempre soube o que faz... Não é agora que vai falhar.
E o cavalo galopava pela floresta que recebia agora nas suas folhagens os primeiros farrapos de noite escura, que morosamente se resignavam a assentar naquele local agora manchado pelas incertezas dos Templários.
- Senhor, que é isto?
- Ficarás melhor se não saberes.... Mas a ignorância também mata. Quero que leves isso a quem sabe o quão valioso é. Vai até Lourdes, na base dos Pirenéus. Lá procura por um jovem português de cabelos castanhos e olhos cor de avelã de nome Dom Fernando da Rocha. Ele saberá o que fazer com o cofre, apenas dá-lhe esta minha mensagem. Mas esse tesouro tem de ficar a salvo.
Pierre acenou afirmativamente e voltou para o exterior. uma gota de água caiu-lhe na testa. Ajeitou a sua longa capa branca, abrigando-se da água e do vento e instigou o seu cavalo negro a correr de novo pela floresta, dirigindo-se para Sul. Os seus olhos e ouvidos estavam sempre atentos a qualquer movimento. Já nem mesmo no seu próprio reino estava a salvo. Agora, o seu inimigo era o rei Filipe. Uma traição que lhe trespassava o coração e, certamente, que entristecia também o Grão-Mestre da sua ordem. Oficialmente, os Templários já não existiam. Clandestinamente, continuavam unidos moralmente, apenas se haviam retirado para outras zonas mais seguras. Perguntava-se se deveria fazer o mesmo. Não, como mensageiro designado para levar informações entre o Grão-Mestre e os descendentes dos fundadores, Pierre tinha altos deveres a cumprir. Deveres divinos, ditado pelo próprio Senhor lá no alto.
Apertou mais contra o seu corpo a pequena caixinha de madeira. Uma pontada de curiosidade despertava-lhe a vontade de abrir o cofre, mas o Grão-Mestre dera ordens expressas para que aquele objeto fosse levado até Dom Fernando da Rocha. mas porquê? um Português? Sim, fazia sentido que não fosse um Francês. E de facto, os portugueses haviam sido um povo bravo na luta contra os Mouros, mas não eram uma não tão forte como Espanha, por exemplo, ou como Inglaterra.
- Pierre, não te preocupes, Jacques de Molay sempre soube o que faz... Não é agora que vai falhar.
E o cavalo galopava pela floresta que recebia agora nas suas folhagens os primeiros farrapos de noite escura, que morosamente se resignavam a assentar naquele local agora manchado pelas incertezas dos Templários.
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