sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Minha Melodia 2: Subida ao Topo - Capítulo 10

Olhei para o meu prato, sem apetite.
- Urgh, não acredito que ainda estás assim por causa dele! – Exclamou Beat.
Revirei os olhos. Sim, aquele acontecimento tinha dado cabo de mim. Eu e Xavier tínhamos andado o ano inteiro com joguinhos, sempre às escondidas do público. Por dentro eu começava a fartar-me daquilo, mas gostava mesmo dele e não o queria pressionar. Então, um dia, liguei a televisão, e estava a dar uma entrevista em direto com o famoso Xavier Van Lars.
- Então, Xavier, e agora, para as nossas fãs, há alguém especial na tua vida?
Quando ouvi a pergunta o meu coração apertou-se de ansiedade.
- Não, por isso, a todas as raparigas que andem por aí, estou solteiro e descomprometido, disponível para quem quiser tentar a sua sorte!
Foi a gota de água. Disparei de casa e fui ter com ele. Apanhei-o à porta do estúdio. Cheguei-me perto dele e ele deu um passo atrás, olhando em volta para detetar algum olhar curioso que pudesse estar ali presente.
- Não me voltes a falar. – Cuspi, acidamente, dando meia volta e dirigindo-me para a academia.
Isso fora há duas semanas e as coisas continuavam na mesma. Ele já tentara comunicar comigo, mas eu nunca lhe quis falar.
- Quero-te animado para o dia de amanhã! – Ordenou Beat. – Não te esqueças que é o Duelo de Final de anos!
Fiz um sorriso amarelo e despedi-me dele, observando-o enquanto se dirigia à sala de aula.

Finalmente o grande dia chegara. Os dois clubes estavam agitados e eu até esquecera aquele episódio com Xavier. Nós fomos os primeiros a actuar. Nádia cantou energicamente a Ignorance, dos Paramore. Os nossos adversários responderam com a Whata You Want From Me do Adam Lambert. Finalmente, chegara a minha vez.
Olhei para Beat e ele pôs o CD a tocar.
To turn into something
I could believe in
And looking for that
Magic rainbow
On the horizon
I couldn't see it
Until I let go
Gave into love and watched all the bitterness burn
Now I'm coming alive
Body and soul
And feelin' my world start to turn

And I'll taste every moment
And live it out loud
I know this is the time,
This is the time
To be more than a name
Or a face in the crowd
I know this is the time
This is the time of my life
Time of my life

Holding onto things that vanished
Into the air
Left me in pieces
But now I'm rising from the ashes
Finding my wings
And all that I needed
Was there all along
Within my reach
As close as the beat of my heart
O público acompanhou de braços no ar, balançando-se lentamente ao ritmo da música. No final aplaudiram-me e eu fiz uma vénia, dando lugar à nossa seguinte adversária.
Uma rapariga pequenina, de cabelos ruivos subiu ao palco. Beat comentou que ela devia ter uma voz de periquito. Ri-me do comentário, mas senti que algo não estava bem quando reconheci a música.
I'm not going
You're the best man I'll ever know
There's no way I can ever go
No, no, there's no way
No, no, no, no way I'm living without you
Im not living without you
I dont wanna be free
I'm staying
I'm staying
And you, and you
You're gonna love me, oohh ooh mm mm
You're gonna love me

And I am telling you
I'm not going
Even though the rough times are showing
There's just no way, there's no way
We're part of the same place
We're part of the same time
We both share the same blood
We both have the same mind
And time and time, we've had so much to see and
No, no, no, no, no, no
Im not waking up tomorrow morning and finding that
there's nobody there.
A meio da música, ela já estava a receber uma ovação de pé, todos a aplaudiam. Ela tinha uma voz incrível, atordoante. Eu e Beat apenas olhávamos um para o outro de queixo caído.
Ela caminhou para os bastidores, confiante, depois de ter acabado a nossa apresentação.
- Então, rapazes, o que acharam? – Perguntou, sorrindo.
- Estamos condenados! – Exclamou Beat, correndo em direcção ao interior da Academia, para beber um pouco de água.
- Uau, tu és fantástica! Já ganhaste isto! – Elogiei.
- Obrigado… Desculpa ter-te feito perder? – Disse, corando.
- Estás a gozar?! É uma honra perder contra ti! – Exclamei, divertido. – A sério, se vocês não ganharem isto, eu dou-te o troféu de bom grado, tu tens um talento incrível!
Ela agradeceu os meus elogios e o meu espírito em relação à competição. Eu caminhei para a plateia, cumprimentando alguns colegas meus.
- Então… - Comentou Gustavo, em cima do palco, visivelmente nervoso. – Eu penso que já temos um vencedor… Mas houve alguém que me pediu um favor… Xavier, podes subir aqui ao palco.
Os meus olhos cruzaram-se com os de Xavier, e enviei-lhe um olhar gélido.
- Bom… Aqui há uns tempos houve uma pessoa muito importante que me fez ver que eu estava a viver uma vida que não era a minha… - Começou, olhando o público. – E por causa disso, perdi o seu respeito, que eu admirava imenso. Perdi a sua amizade, a que eu dava imenso. Mas acima de tudo, tenho medo de ter perdido o seu amor, que é o que me faz estar aqui agora.
Os meus olhos abriram-se de espanto. Ele estava a fazer aquilo?!
- E por isso, queria dedicar esta música ao Hugo, o rapaz que amo, porque por mim, tudo está bem desde que ele esteja ao meu lado.
A música começou a tocar e eu sentia as minhas pernas tremer de embaraço.
And you ignore my advances
I turn my head and I look away
But I can't control my eyes around you

You're on the run and I'm chasing you
Feels like war with all your glances
I'm just a boy with out a clue
And you got control, I'm following you

But it's alright, alright with me

I know you better than you know
You can fight but it's not over
I say to stop but you start to go
I guess that means it's L.O.V.E.

I say to look, you turn away
I say we put our best foot forward
Will you believe, come next to me
Oh, why can't you see, I'm begging you please

Quando ele terminou, a audiência bateu palmas, mas sentia-se no ar a surpresa com que tinham recebido aquelas notícias. Eu trepei para cima do palco.
- Belisca-me, eu devo estar a sonhar. – Comentei.
- Posso fazer melhor! – Respondeu.
Envolveu a minha cintura com os seus braços, puxando-me para mais perto de si. Os nossos lábios tocaram-se, primeiro levemente, depois mais calorosamente. A sua língua acariciou os meus lábios e depois a minha própria língua. Uma das minhas mãos acariciava-lhe a cara, enquanto a outra lhe percorria as costas, e depois um braço. Ele parou de me beijar, encostou a sua testa à minha, pôs o microfone entre as nossas caras e perguntou:
- Hugo, ainda me amas?
- Sempre. – Respondi, voltando a beijá-lo.

1 comentário(s):

Unknown disse...

LIIINDO! Eu quero um Xavier pra mim.

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