Três anos passaram quando finalmente a família de Luís Afonso conseguiu pagar o resgate que os mouros pediam por ele. Chegara-lhe aos ouvidos a notícia de que D. Sebastião havia morrido, mas que tinham esperanças que ele voltaria numa manhã de nevoeiro. Portugal já não era o mesmo quando o Banqueiro voltou. Era agora apenas um súbdito de Espanha. Filipe II de Espanha, I de Portugal governava agora o trono onde outrora se sentara o seu monarca e amigo Sebastião. Percorreu os corredores do palácio, melancolicamente, sentido no peito o aperto da saudade que Carlos ainda o fazia sentir. AS lágrimas já haviam secado durante aqueles trinta e seis meses que ficara em cativeiro, numa cela pequena e escura.
- Afonso, sois mesmo vós? – Perguntou uma voz familiar.
- Sim, Henriqueta, sou eu…
- Eu não acredito que o senhor Carlinhos está mesmo morto… - Soluçou.
- Até eu tenho dificuldades em acredita em tal… Se eu não o tivesse levado para aquela batalha, talvez Portugal ainda tivesse um rei português…
- E assim fica o povo sob o domínio espanhol, desconhecendo que Sebastião não foi o único herdeiro ao trono que faleceu…
- Chegou-me ao ouvido que só este ano é que o Espanhol conseguiu o trono… - Comentou Afonso.
- Sim… Durante dois anos foi o Cardeal D. Henrique que regeu Portugal, mas o pobre idoso viu a sua hora chegar pouco depois de ter tomado o trono.
- Apenas tenho vontade de fazer como o Camões… Morrer com a minha pátria… Foram essas as suas palavras: “Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela”.
9 comentário(s):
ohhh... a cena do início faz-me lembrar o fim do Pianista.. é tão triste, quando ele passa pela cidade e só vê escombros e ruína...
(tu gostas mesmo do camões, não?! já é a segunda vez que ele aparece mencionado nesta história! *me gusta!* n_n)
o fim está tudo de bom, mas mais? plise? *w*
Por acaso sim... ADORO o Camões x) [sinto-me nerd ao dizer isto... mas ok, acho que "Os Lusíadas" é uma obra épica.... sei a primeira estrofe de cor :P...
"As Armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia lusitana
Partiram por mares nunca d'antes navegados
E passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
Entre gente remota edificaram
Novo reino que tanto sublimara."]
Mas, para além de ser um dos meus poetas portugueses preferidos, senão mesmo o meu preferido, Camões é uma referência histórica do tempo de D. Sebastião, já que foi este rei o primeiro a ouvir esta grande obra de cujo o excerto acima é retirado. x)
Quanto ao teres mais... como pediste "por favor"... x) posso escrever mais histórias dste género, até porque é um tema que me agrada.
HAH! PENSAVA QUE ERA A ÚNICA! *-*
é que toda a gente faz alta bitchface quando eu começo a dizer que li todos os livros que tenho sobre ele durante um fimdesemana para uma aula de português (e mesmo assim lixei-me, não sabia nada ._______. a professora só a fazer perguntas aos outros e eles a errarem e eu: vai chegar a minha vez e vocês vão todos lixar-se, há bitch! mas depois...
._. foi fail)
eu ainda não sei, mas hei de saber! ainda só comecei a dar os Lusíadas agora, mas já os li quase todos..
Também é uma das razões pelas quais gosto dele... *perv face*
YAAAAAAAAY! Me gusta!! *claps* :D
eu não li muitas obras do Camões, aquelas mais conhecidas sei-as. Mas os Lusíadas é um dos meu livros preferidos, apesar de ainda não ter tido o tempo para me dedicar em afinco até chegar ao fim.
Não te preocupes com isso do "li tudo e não sei nada". Estou a dar agora "Os Maias", e, para percebermos a ficha que tínhamos de fazer na aula, já deveríamos ter lido até, pelo menos, ao quarto capítulo. E comentei com a stôra: "Oh, eu até já vou no início do sexto!". Ora, pouco tempo depois, a stôra começou a fazer pergunta sobre o que tinha acontecido a Pedro, uma das personagens. Muitos naquela sala nem sabiam quem era o Pedro. E ás tantas eu respondo à pergunta "O que é que ele fez depois de a mulher dele ter fugido com o Italiano?" com um "Foi ter com o pai à quinta de Santa Olávia, no Minho, e depois matou-se lá." Claro... Espalhei-me ao comprido, porque na verdade o rapaz foi ter com o pai à casa do Ramalhete, em Lisboa e matou-se lá. Só depois é que o pai dele levou o neto para Santa Olávia. xD Fiz pior figura que aqueles que não sabiam, porque os que não sabiam, tinham a desculpa de nunca terem lido, eu... bem eu, só demonstrou que tenho memória curta.
P.S. : Adoro a forma como te escreves x) És bastante expressiva :P
fffffffffffffffffffffuuuuuuuuuu
não consigo responder a nada :c
ok, afinal consigo, só que tem de ser por partes! :c big message is big, sorry.
eu quando era pequena recebia muitos livros dele no natal, então traumatizei-me um bocado. fiz um showzinho, aka birrinha aos meus pais que queria barbies e não poesia, muito obrigada. eles mandaram-me calar mas lá me deram as barbies e hoje sinceramente não sei o que é melhor.
(é assim, claro que a poesia é melhor lol, estava a falar da escola! xD)
Isso acontece-me quase sempre, é horrível! Porque eu leio leio leio mas chego à aula e é só perguntas com detalhes, pormenores de chacha, etc e eu quando leio algo leio por gostar, não pra saber analisar gramaticalmente! até porque isso só confunde a maneira como interpretamos os textos! (alguns.. acho eu!)
Hahah, obrigada! :D mas na verdade, não é bem assim, eu gosto de falar muito à frente do computador (a escrever ou a falar sozinha.. é... já cheguei a esse ponto! àquele em que acho que sou a estrela do videoclip e me ponho a cantar e a elevar as mãos e a fingir que sou actriz... shame on me...) Irrita-me muito o facto de estar tremendamente feliz por conhecer alguém novo ou achar alguém simpático e a minha única cara ser 'No one gives a shit. Crawl back into your hole and die.' porque não é isso que eu quero dizer, é só que.. sorrir é difícil. D:
Também já passei por essa fase de me fazer passar por cantor famosos enquanto oiço música... Guess it's shame on us, then xD
Eu, rio-me demais, está descansada, que posso sorrir pelos dois x)
Amei o final! lindo!
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